Carregando um mundo de fofurices pra você <3 ...

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segunda-feira, 17 de março de 2014

Sobre a responsabilidade de falar sobre felicidade

Há mais ou menos um mês atrás li essa entrevista no Contente.vc, uma entrevista que fala sobre a Armadilha do "Faça o que Você Ama" e que circulou bastante entre as pessoas que conheço e que inclusive defendem o trabalho feito com e por amor.

Logo depois de ler, iniciei uma reflexão que já dura algumas semanas e creio que não há de cessar por alguns por quês, dentre eles:

1 - Porque sempre levantei a bandeira de fazer o que se ama.
2 - Porque me sinto responsável por aquilo que escrevo e publico por aqui, conteúdo que acaba sendo lido por milhares e milhares de pessoas todos os meses.
3 - Porque esse e outros textos (vi esse post da Alice Mantelato e concordei com cada linha. Além de lúcido, é muito bem escrito) realmente me fizeram pensar bastante e talvez começar a enxergar as coisas de uma forma menos ingênua.

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Felicidade pra mim é algo complexo que nem a gente e não está associado somente ao trabalho. A procura da felicidade, acredito eu, está nas pequenas coisas, nas coisas boas que temos na vida e muitas vezes, nas coisas que compartilhamos, pois também acredito que felicidade pode ser compartilhada. Quando as pessoas nos mostram um caminho repleto de pequenas e simples alegrias diárias, chego à conclusão de que talvez resida aí um dos segredos para ter uma vida mais leve. E feliz.

Porém, na nossa sociedade a felicidade também está associada à liberdade financeira, ao fato de você ter dinheiro para comprar o que quer ou viajar pra onde quer, mesmo que seus desejos sejam simples e sem muitos luxos. Não vou dizer que não penso assim, sofro desse mal e tenho consciência disso, assim como imagino que muitos de vocês devam passar pela mesma situação. Vivo dizendo que mudar esse hábito só seria possível me isolando no meio do mato e/ou vivendo em uma comunidade alternativa, mas isso é muito distante da minha realidade, apesar de morar em uma cidade do interior onde o custo de vida é pelo menos umas 3 vezes menor do que nas principais capitais do país.

Apesar de entender e sentir que a felicidade está dentro da gente, nas pequenas (grandes) coisas e também nas pessoas que nos cercam, o trabalho sempre foi um componente muito importante da minha ideia de felicidade, pois além de me proporcionar liberdade financeira, sempre procurei dar um significado especial a ele. Ter amor pelas coisas que faço, nas relações que construo e pelo o que acredito é algo essencial para a minha sanidade. Foi assim quando me formei em publicidade e decidi que não queria trabalhar em agências e sim no Terceiro Setor, foi assim quando decidi me arriscar e ter um negócio próprio e está sendo assim para todos os planos que tenho feito para agora e para o futuro.

Por enquanto não ganho rios de dinheiro com as escolhas que fiz (e acredito que nunca ganharei), não é esse meu objetivo. Claro que quero ter uma vida que considero confortável, poder viajar e poder investir nas coisas que gosto e acredito.

Mas onde quero chegar é que a partir do momento que você opta por compartilhar algo sobre felicidade, principalmente se for com muita gente, você acaba criando uma certa responsabilidade. Quando você mostra o quanto é feliz ou contente com algo, você pode acabar gerando um sentimento e ansiedade e insatisfação nas pessoas que não têm o emprego que sonham ou não vivem da maneira que desejam (como descrito da entrevista que citei no início do texto e com isso concordo plenamente). E isso não se restringe só ao caso das pessoas que compartilham histórias de sucesso com o trabalho, vale para aqueles posts de viagens, festas e famílias perfeitas no Facebook, vale pra tudo que envolva mostrar o quanto você é feliz e bem sucedido.

Não vejo mal em compartilhar o que consideramos que seja felicidade, mas penso que talvez devamos fazer isso de um jeito um pouco menos egoísta e de alguma forma, incentivar as pessoas a também buscarem a felicidade dentro de suas possibilidades e anseios. E é por isso que sempre tento trazer algo de bom para cá :)

Sobre felicidade e trabalho

Pra mim o trabalho está sim associado à busca da felicidade, a começar pelo fato de o trabalho permitir que você ganhe dinheiro e tenha independência financeira. Demorei muito a saber o que é isso e por muitos anos fui angustiada pelo sentimento de impotência, de não saber mais o que fazer sem ter uma renda que me permitisse as coisas mais básicas. Hoje essa independência me dá possibilidades para que realize os desejos de viajar, comprar material para fazer coisinhas fofas, coisas para a casa e sustentar uma adolescente. Isso é importante para mim e é algo que sempre fez parte da minha ideia de um trabalho bem sucedido. E se dá para unir o últil ao agradável, por que não?


A opção por trabalhar com artesanato e com uma loja online foi uma escolha que levou tempo para se concretizar. Antes disso, trabalhei duro (e continuo!) e tive que abrir mão de muita coisa para ter minhas economias, com as quais me manteria nos primeiros meses de trabalho por conta própria. Por muitos meses, abri mão inclusive da minha satisfação no ambiente de trabalho, mas tive foco e cá estou. Apesar de mil ideias pipocarem a todo tempo, tento me manter persistente naquilo que decidi e se eu fosse parar para ver, viveria pulando de galho em galho quando o assunto é trabalho, pois sou curiosa, ansiosa e estou sempre com vontade de aprender/fazer algo novo.

Não é nada fácil trabalhar por conta própria. Trabalho com amor também dá trabalho! E muito. Principalmente porque muitas vezes as pessoas não pensam que para fazer artesanato e ter uma loja online, você não está livre de rotinas administrativas, de muitas contas e de impostos a pagar (ai, como eu tenho preguiça disso!). E tenho comentado sobre isso de forma recorrente por aqui. É preciso organização, foco e disciplina, o que nem sempre tive. Tem sido um exercício e tanto, e se por um acaso não der certo valerá pela experiência.

A escolha por artesanato não é somente por amor. Artesanato pra mim é uma atividade e tanto, com a qual sempre exercito meu cérebro e na qual a todo tempo mudo minha percepção de mundo e das coisas que me cercam, como descrito bonitinho aqui e também nos artigos que escrevi para o Compro de Quem Faz. 

E o que fica disso tudo é que é bom (não tenho dúvidas e nem ninguém tem) vivenciar o que traz felicidade, assumindo as responsabilidades que nos cabem e também sabendo que nem tudo é um mar de rosas.  O trabalho hoje é uma forma de empoderamento importante, principalmente para a mulher, o que é diferente de querer mostrar para os outros o quanto somos isso ou aquilo.

Além disso, estamos aqui para sermos felizes e vale tentar de toda forma que for possível, até encontrarmos a nossa fórmula da felicidade, mesmo que isso signifique arriscar muitas vezes, persistir até onde der e até mesmo desistir. Esse último item realmente é para os fortes.

14 comentários:

  1. Zizi, fico muito feliz em saber que meu texto e experiência foram úteis pra você!
    O importante é isso: refletir de maneira crítica, mas sem desanimar diante da situação. Cada indivíduo é único e suas realidades também. Acho que tudo depende do tanto que acreditamos em nossos projetos.
    O que fazemos hoje vai refletir lá na frente, quando estivermos mais conscientes de nossas escolhas. Enquanto isso, seguimos escolhendo, pois só assim escrevemos nossa história.
    Um grande beijo <3

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  2. Querida Zilah!
    Sua maturidade me emociona, mesmo! Siga feliz e responsável com as escolhas que fez! Torço muito por isso! Beijo enorme em você e na linda da sua menina!

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  3. Nossa Zilah, concordo demais com o seu post! Sempre fico um pouco chocada com essa relação pessoa-trabalho e como isso influencia as nossas tomadas de decisão. Já reparou que a primeira coisa que um desconhecido pergunta ao te conhecer é: "o que você faz?" ou "você trabalha com o que?". Como se TODO MUNDO pudesse ou quisesse ser definido APENAS pela sua profissão. Acho triste e simplista.

    Um beijo grande Zizi! <3

    http://naomemandeflores.com

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  4. Eu larguei a zona de conforto que, diga-se de passagem, de confortável já não tinha mais nada, pra ir em busca do sonho que sempre morou em mim. Hoje, eu aprendi o quanto fazer o que se ama nos faz feliz, mesmo que nem tudo na nossa vida seja do jeito que a gente sempre quis. E, hoje, conhecendo um pouco mais de mim e transparecendo essa nova alegria, eu percebo o quanto é fácil para as pessoas de fora julgarem a nossa felicidade. O que muita gente não entende e não percebe é o quanto dá trabalho correr atrás do que se ama, que isso engloba medo, desistências, riscos e muita coragem... A gente troca olheiras de cansaço triste por olheiras de cansaço feliz. Desde que eu passei a conhecer melhor, primeiro, a Dona das Coisinha e, depois, a Zilah, eu passei a admirar ainda mais o seu trabalho, pois a gente vê (e sente) em cada detalhe do blog e da Toda Coisinha o amor que você coloca em cada coisa. E eu fico feliz também! Belo texto, bela reflexão. :)

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  5. Ôô, mulher que texto incrível! Virou mãe Diná, é? Traduzindo o que passa na minha cabeçona? Hahaha Muito bom mesmo! Brincadeiras à parte, já tava desde a semana passada querendo escrever também sobre as minhas mudanças e este post só me inspirou ainda mais. Obrigada de coração. Um bjo grande!

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  6. Com certeza, Alice! Essa sua clareza me ajudou a enxergar muitas coisas que estavam pedindo para serem vistas, entende?
    Além disso, é importante deixar claro, até pra nós mesmos, que nada é fácil e de mão beijada e que temos que arregaçar as mangas e partimos pra luta.


    Só o fato de ter a possibilidade de escolher já é maravilhoso :)


    Um beijo pra você!

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  7. Muito obrigada pelo carinho, Diana! Você é uma leitora muito querida ♥
    Beijo!

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  8. Que legal, Gabi! Bom demais ver tanta identificação assim :)


    Beijocas!

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  9. Shan, na minha humilde opinião é muito mais difícil fazer o que você ama do que ter um emprego fixo e estagnado. Quando estava empregada, sofria pela falta de perspectiva de crescimento e agora é essa mesma perspectiva que me assusta. Às vezes da a sensação de estar 'cutucando onça com vara curta', como diz minha vó, mas quando a cutucada dá certo, não tem nada melhor que isso. E até as cutucadas erradas servem para aprendermos, é o tipo de experiência que mesmo que não dê certo, engrandece e a gente leva pro resto da vida.
    :*

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  10. hahahaha Mãe Diná não! Mãe Zilah! kkkk


    Aguardo ansiosa o post da baiana mais arretada das internet :) Beijooo!

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  11. Oi, Dani!


    É bem isso mesmo! A gente é bombardeado por tanta informação o tempo todo, tanta coisa que a gente deve querer ou não, gente dizendo o que a gente deve fazer, como a gente deve ser... e nada é mais valioso do que tentarmos ser nós mesmos, com nossas paixões e escolhas.


    Adorei as oficinas criativas! E bom demais saber que é aqui pertinho!! Como sou meio lerda com as respostas aqui no blog, acabei perdendo a Oficina mas, na próxima não deixe de me avisar!


    Beijo!!

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  12. Zilah, descobri esses dias seu blog por causa do homens da casa, e estou encantada. Vc escreve maravilhosamente, é uma guerreira, e uma pessoa inspiradora. Suas coisinhas são lindas! Parabéns pelo blog lindo, pela força e persistência. São pessoas como vc que tenho encontrado nesse mundo virtual que me enchem de amor o coração e me ajudam a ter forças pra continuar. Que Deus abençoe a sua vida e que continue sempre correndo atrás dos seus sonhos e inspirando pessoas a fazerem o mesmo. Bjs no coração. Ah, por conta de lindas como vc tb fiz um blog. ..rsrs Obrigada por dividir coisas tão belas com o mundo. Bj

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