O tal do Bicho Carpinteiro

Hoje pela manhã acordei com muita preguiça. Preguiça de abrir os olhos, preguiça de levantar da cama, lavar o rosto com água gelada, tomar meu café, trocar de roupa e ir para o trabalho. Preguiça de trabalhar, quem não tem de vez em quando? Só não acho que é normal ter essa preguiça todos os dias.

Mas, mesmo assim enfrentei o friozinho da manhã nublada de inverno em Nova Lima, ainda coberta pela neblina densa, que por sua vez cobria as montanhas que cercam o vale (ou buraco, como o pessoal daqui costuma dizer). Isso me dá uma sensação de conforto tão grande, acho que é uma das coisas que mais me faz amar essa cidade.

Nova Lima de manhã cedinho. Foto do Intagr.am da @poriskaa

Continuando, abri os olhos, virei para o lado e puxei meu computador que estava na cabeceira da cama. A primeira coisa que fiz hoje (depois de abrir os olhos, virar para o lado e puxar o computador) foi abrir o meu e-mail.

Caixa de entrada cheia e além da mensagem do meu noivinho que a uma hora dessas está láááá nos Estados Unidos numa convenção de nerds, uma outra mensagem me chamou a atenção: o primeiro formulário de contato preenchido através do blog! \o/

Do outro lado, uma nova leitora cheia de palavras encantadoras, as quais fizeram despertar um serzinho que vive dentro de mim e que continuava meio adormecido e preguiçoso, mesmo que eu já tivesse acordado para mais um dia.

Às vezes tenho uns supetões e passo dias mergulhada na tessitura de projetos, textos, artesanatos e decorações para a casa (e para a vida). É quando eu digo que o tal do Bicho Carpinteiro acordou. Não existem dias mais intensos do que estes, que podem ser comparados pela intensidade aos dias de uma viagem ou dias em que estou amando muito. Nestes dias brotam posts novos para o blog, brota coisinha pendurada na parede do quarto, brota mais cor na minha vida e na casa também!

Esse tal de Bicho Carpinteiro se alimenta basicamente de novas idéias, novo ânimo e de boas doses de disposição, que normalmente são produzidas quando ele está bem ativo. É um bem parasitário, digamos assim e que vive de um ciclo vicioso. Tá, e onde encontra a comidinha que dá para esse bicho?

Não sei de onde veio a primeira dose, já deve ter vindo de fábrica. E aprendi que depois dessa primeira dose, a capacidade de produção das mesmas é infinita. Fui uma criança de imaginação muito fértil e que graças aos 14 anos de convivência com meu irmão João, pude colocar muitas ideias em prática. Foram muitos planos infalíveis e o sonho de ser punk hahaha Vê se pode? Na verdade, acho que o que mais encantava a gente nessa brincadeira de punk (sim, havia uma turminha que se reunia para fingir que era punk) era a anarquia, aquela coisa de viver sem ordem hierárquica, com liberdade de agir e se expressar.

Trouxe um pouco disso comigo e meio que sem querer, é muito do que me guia até hoje. Esse sentimento libertador de querer fazer o que quero, de colocar as idéias em prática, de colocar o Bicho Carpinteiro para trabalhar (e coçar). Inclusive foi assim que nasceu o Dona das Coisinhas e hoje em dia, muito do alimento desse bichinho vem de cá. Vem de cada visita, de cada comentário carinhoso, dos e-mails e da disposição que isso me dá para tocar meus projetos em frente.

É bem assim:

"É mostarda ao nariz da paciência
É pimenta ao paladar da vida
É sevadilha à venta da advertência
É pós de Joannes da alma na ferida
É fumo à chaminé da consciência
Que ao olho traz a lágrima vertida
É o ciúme a briga do sentido
É bicho carpinteiro do cupido"

Autor desconhecido

Por isso, meus caros leitores, visitantes ou você que caiu aqui de pára quedas, sintam-se livres para me escrever. O tal do Bicho Carpinteiro vai adorar :)